terça-feira, 5 de abril de 2011

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Crise ecológica, crise civilizacional

“A crise ecológica é na realidade a manifestação de uma crise bem maior, mais ampla e mais profunda que tem a ver com o sentido da própria civilização moderna.”


Adital - 09.03.2011

Manfredo Araújo de Oliveira
Doutor em Filosofia e professor da UFC. Presidente da Adital

O grande entusiasmo provocado pela retomada do crescimento econômico gerou um processo reflexivo sobre seu sentido e sobre o tipo de sociedade que ele está gestando. A primeira questão discutida entre os analistas contemporâneos é precisamente o paradoxo que marca hoje nossa vida coletiva: por um lado cresce cada vez mais a sensibilidade na sociedade a respeito das questões ecológicas; por outro lado, percebe-se um imobilismo quando se trata de programar ações concretas, sobretudo, quando isto envolve interesses econômicos. A crítica aqui se articula enquanto esforço de mostrar os limites constitutivos do modelo neodesenvolmentista em execução.

Um elemento fundamental é compreender que a crise ecológica é na realidade a manifestação de uma crise bem maior, mais ampla e mais profunda que tem a ver com o sentido da própria civilização moderna e que se concretiza nas crises econômico-financeira, alimentar, ecológica, energética e do trabalho que são profundamente inter-relacionadas e interdependentes. Tudo isto desemboca numa crise ético-cultural que toca o cerne do sentido humano do mundo que construímos na modernidade. Antes de tudo, mostra-se o paradoxo central da civilização que implantamos na modernidade: o desenvolvimento tecnológico vinculado à forma capitalista de configurar a vida social alargou a distância entre os seres humanos, agravou o abismo entre ricos e pobres, entre o Norte e o Sul. Enquanto foram gestadas gigantescas possibilidades para a atuação do ser humano no mundo, a fome, a miséria e a pobreza se propagaram levando milhões de pessoas a situações humilhantes em que se fez constante a ameaça de aniquilamento da vida.

Este modelo provocou a destruição sistemática do meio-ambiente trouxe problemas globais, que ameaçam toda a humanidade. A queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão) provocou o aparecimento do efeito estufa devido à poluição do ar pela concentração de gás carbônico na atmosfera. Esta concentração começou a aumentar a partir da revolução industrial em virtude da necessidade de queimar grandes quantidades de carvão mineral e petróleo como fontes de energia para a produção de produtos industrializados. Isto é causa do aquecimento da atmosfera, cujos efeitos, em longo prazo, são terríveis. A destruição da camada de ozônio tornaria a vida hu­mana sem defesa contra as radiações ultravioletas, o que resultaria em tumores de pele e no enfraquecimento do sistema de imunização. Por outro lado pesquisas científicas nos informam que o degelo do Ártico em 2007 foi o maior em um século encolhendo-o em mais de um milhão de quilômetros quadrados, está havendo elevação do mar, os desertos estão avançando e grandes inundações se tornam frequentes.

Não seria necessário reconhecer que esta crise nos está encaminhando para um novo paradigma civilizacional? A questão ecológica é muito mais do que ela revela imediatamente. O que aqui emerge é a problematização radical de uma determinada cultura entendida como forma específica de in­terpretar o existir do ser humano na história. Somos provocados por uma ameaça global, que nos leva a retomar a pergunta pela validade do sentido-fundamento, que herdamos da cultura moderna. Desta forma, a crise ecológica desemboca numa crise do próprio sentido da vida humana, de sua inserção na natureza, no mundo humano, em última instância, no todo da realidade.

'Tudo é sistêmico'. Entrevista com Leonardo Boff


'Tudo é sistêmico'. Entrevista com Leonardo Boff


 “Se não posso mudar o mundo, sempre posso mudar esse pedaço de mundo que sou eu mesmo. E aí pode se encontrar a semente de uma grande mudança.”
Brasil de Fato - 21.3.2011

O teólogo e filósofo Leonardo Boff tem dedicado-se nos últimos tempos à luta por um novo paradigma ecológico. Autor de mais de 60 livros nas áreas de Teologia, Ecologia, Espiritualidade, Filosofia, Antropologia e Mística, nesta entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, ele fala sobre os desafios e também oportunidades de ação e reinvenção diante dos dilemas do sistema político-econômico que acabou por gerar a degradação ambiental. Cooperação, corresponsabilidade e atitudes individuais de amor e respeito, em sua análise, têm poder de transformação da realidade. Leonardo Boff fala também sobre a biodiversidade, espiritualidade e futuro dos países emergentes.

Eis a entrevista.

Como escutar o grito da Terra em um sistema político-econômico surdo para o que não é veloz, lucrativo e produtivo?

Há uma confrontação total entre o sistema econômico vigente e o sistema-vida e o sistema-Terra. Aquele busca a produção cada vez maior em vista do consumo que exige a depredação da Terra e como consequência a produção de perversas desigualdades sociais. Estes visam o equilíbrio de todos os fatores para que a Terra possa manter sua capacidade de reposição dos recursos usados por nós e de integridade de sua natureza. O primeiro tem essa preocupação: quanto posso ganhar? O segundo: como posso produzir em equilíbrio com a natureza e preservando sua vitalidade? Enquanto essa equação não se resolver o grito da Terra nunca será ouvido. E a degradação continuará até um limite não mais suportável que se revela pelo aquecimento global. Aí a humanidade deve resolver: ou mudar ou ir desaparecendo.

A sustentabilidade tem sido usada por vários setores da sociedade para indicar falsas preocupações ambientais, produtos que se autodenominam verdes, empresas que se dizem responsáveis socialmente, mas não o são para com empregados, clientes etc. Frente ao consumo em escala gigantesca, o termo sustentabilidade ou a causa ambiental não estariam sendo absorvidos por um modo de produção que se mostrou fracassado e agressor da vida?

A sustentabilidade e o crescimento econômico obedecem a lógicas diferentes. A sustentabilidade pressupõe a interdependência de todos com todos, a cooperação e a coevolução de todos, respeitando cada ser por possuir valor intrínseco. O crescimento econômico é linear, pressupõe a dominação da natureza e o uso utilitarista dos seres que apenas tem sentido na medida em que se ordenam ao ser humano. A sustentabilidade representa um novo paradigma que se opõe ao paradigma de violência contra a natureza. Exige um novo acordo de sinergia, de respeito e de sentimento de pertença à natureza sendo a parte consciente e responsável dela. A utilização que se faz da sustentabilidade pode melhorar alguns aspectos da redução de gases de efeito estufa, mas não muda a lógica de pilhagem da natureza em vista da acumulação. A Terra será sempre vista como um baú de recursos, nunca como Gaia, como Grande Mãe, um superorganismo vivo que se autorregula de tal forma que sempre se faz apto a produzir e reproduzir vida.

Como cada um pode colaborar para a reversão da falência da forma de vida e produção que temos até hoje? Em entrevista por ocasião dos 70 anos do senhor, o senhor teria dito: “Nunca aceitei o mundo assim como está”.

A crise é global e por isso atinge a cada um. E cada um é convocado a dar a sua colaboração Uma gota de água caída do céu não significa nada. Mas milhões e milhões de gotas produzem um grande chuva e até uma tempestade. Devemos pensar em termos quânticos: tudo tem a ver com tudo em todos os momentos e circunstâncias. Tudo se encontra inter-retro-conectado. Então, o bem que pessoalmente faço não fica reduzido ao meu mundo. Entra no circuito das interdependências e pode deslanchar grandes mudanças. Se não posso mudar o mundo, sempre posso mudar esse pedaço de mundo que sou eu mesmo. E aí pode se encontrar a semente de uma grande mudança.

Me lembro ainda de um artigo do senhor em que propunha refundar a ética diante da crise mundial de valores. Que caminhos temos hoje neste sentido?

Todos os códigos éticos atuais provêm de culturas regionais. Cada cultura produz seus parâmetros éticos para poder criar a convivência mínima entre todos. Ocorre que hoje vivemos uma fase nova da Terra e da Humanidade, a fase planetária. Todos estamos juntos na mesma Casa Comum. Ninguém tem direito de impor seus valores particulares ao todo. Por isso deve-se refundar a ética a partir de algo básico, comum a todos, de forma que todos possam se identificar com aqueles valores e princípios. Eu vejo que o eixo se estrutura ao redor dos valores ligados à vida, à Humanidade e à Mãe Terra. Para mim cinco são os valores de base: o cuidado para com todo o ser; a compaixão para com todos os que sofrem na espécie humana e na natureza; a cooperação de todos com todos porque foi a cooperação que nos permitiu o salto da animalidade à humanidade; a corresponsabilidade por tudo o que existe e vive; devemos ter consciência das conseqüências de nossos atos, alguns dos quais podem ser letais para toda a espécie humana; um senso mínimo espiritual segundo o qual a vida tem sentido, o universo não é absurdo, a verdade sempre representa um valor e o amor é o laço que une todos os seres e traz felicidade à vida.

Um fórum chamado Geopolítica da Cultura, realizado em novembro de 2010 na Cinemateca, em São Paulo, partiu do pressuposto que as novas economias reunidas no Bric já emergiram e a elas caberá definir o novo papel no mundo que se conforma pós-crise. O senhor acredita nessa possibilidade de gestão autônoma e criativa dos ex-emergentes? O Fórum propôs ainda uma transformação da singularidade cultural brasileira em valor estratégico que beneficie o povo. Pouco depois do final do Fórum, vimos explodir o conflito do tráfico e milícias e polícia no Rio de Janeiro. Ou seja, no outro extremo, outra singularidade brasileira, a violência, tomou a cena. Gostaria que o senhor comentasse.

Os Brics são importantes porque, formando o Grande Sul, quebram a hegemonia do Norte e obrigam as potências econômicas e militaristas a ouvi-los. Na medida em seu peso se fizer sentir, podem definir certos rumos do curso da história atual. Mas em termos de paradigma eles são miméticos: imitam as lógicas de potências ocidentais, lógicas essas que levaram a Terra à atual crise. Elas não são alternativas. Antes, podem acelerar a gravidade da crise. Se a China e a Índia quiseram consumir como o Ocidente (e cada um desses países possui uma classe média de pelo menos de 300 milhões de pessoas) seguramente irão desestabilizar o processo produtivo da Terra, com reflexos imediatos na política mundial. Esta não terá suficientes recursos para atender às demandas desses novos consumidores. Já dizia Gandhi em 1950: “Se a Índia quiser ser como a Inglaterra, ela precisa de duas Terras. A Terra é suficiente para todos mas não o é para os consumistas”.

Quanto mais informadas as pessoas e desenvolvidas as cidades, vemos uma preocupação maior com a sustentabilidade, reciclagem, reuso, alimentação orgânica, preservação dos biomas, plantio de árvores. Entretanto, valores como a solidariedade e ações coletivas ainda encontram obstáculos em sociedades/cidades cada vez mais egoístas, inseguras (literalmente) e materialistas. O senhor concorda? Que caminhos enxerga para as grandes cidades e seus habitantes?

Eu acho que o problema todo se resume numa relação nova para com a natureza e a Terra. Devemos partir da constatação de que pertencemos à natureza, somos a parte consciente e amante da Terra e simultaneamente a parte desequilibradora e destruidora dela. Temos a mesma origem e teremos o mesmo destino. Então se impõe uma relação de sinergia, de respeito, de veneração, de produção do suficiente e do decente para nós e para toda a comunidade de vida que também precisa da biosfera. Se não refizermos a aliança natural para com a Terra e a natureza, poderemos ir ao encontro do pior. Possivelmente só iremos aprender e tomaremos decisões fundamentais quando grandes ameaças atingirem nosso destino e percebermos que não temos outra alternativa senão mudar: o modo de relacionamento para com todos os seres, as formas de produção e de consumo e os espaços de convivência pacífica e tolerante entre os mais diversos povos. Talvez dando espaço ao capital espiritual que não tem limites à diferença do capital material que é limitado, quer dizer, cultivando os valores da solidariedade, da convivência pacífica, do cuidado para com todas as coisas, da espiritualidade explícita como a meditação, a expressão artística e estética, o autoconhecimento e outras dimensões que formam o caráter exaurível e profundamente realizador do mundo espiritual, construiremos um outro caminho que nos leva a uma Terra da Boa Esperança (Ignacy Sachs) e a uma biocivilização.

O quão fundamental é a espiritualidade em tempos bicudos como o atual? Como manter a fé sem ilusões sobre a realidade humana?

Os tempos atuais são dramáticos. Isso não representa ainda uma tragédia anunciada. Mas significa seguramente uma grande crise de civilização. Dizem-nos os antropólogos que em tempos assim fervilham as religiões e se aprofundam os caminhos espirituais. Eles formam aquele campo da experiência humana onde se elaboram os grandes sonhos e utopias, conferindo sentido à vida e rasgando horizontes de esperança. Bem dizia Ernst Bloch: “onde há religião, há esperança”; “o verdadeiro gênese não está no começo, mas no fim”. Isso podemos verificar atualmente. A despeito do caráter fundamentalista de muitas expressões religiosas, há uma efervescência do religioso, do sagrado e do místico irrompendo em todas as partes e em todos os estratos sociais. Quer dizer, os seres humanos estão cansados de materialidade, de eficiência, de consumo e de racionalidade. O segredo da felicidade e a quietude do coração não se encontra nas ciências, nem na acumulação de poder, mas no cultivo da razão sensível e cordial, aquela dimensão do profundo humano onde medram os valores e vige o mundo das excelências. Daí nascem os sonhos e os valores que podem inspirar um novo ensaio civilizatório.

O que o senhor espera (ou tem visto) das rodadas de palestras propostas na sua parceria com a Fundação Avina sobre biodiversidade?

A biodiversidade é o ponto mais vulnerável do sistema-Terra. São as espécies, as mais diversas, e por minúsculas que sejam como insetos, a variedade de plantas e os microorganismos que respondem pelo equilíbrio e a vitalidade da Terra. Tudo é sistêmico. Um pouco mais de calor em uma região faz com que as flores do café murchem, o trigo não se abra e o milho não cresça, obrigando os produtores a mudarem de região. O sistema-Terra é complexo, mas frágil. Mínimas mudanças podem acarretar, devido ao caráter sistêmico, grandes mudanças no todo. Daí é importante valorizar cada ser, cada ecossistema, cada gota de água, pois tudo pode ajudar ou impedir a vida florescer e brilhar. Isso pressupõe um novo olhar diante da natureza, do universo e da Mãe Terra. Essa nova ótica produz uma nova ética, de encantamento, de respeito, de convivência jovial com todos os seres da criação.

Fonte: Disponível em: http://complexidade.ning.com/profiles/blog/show?id=2832641%3ABlogPost%3A21517&xgs=1&xg_source=msg_share_post. Acesso em:05 de abril de 2011.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Vinte passos para combater a indisciplina com alunos


Vinte passos para combater a indisciplina com alunos

1 - Estabeleça regras claras
2 - Faça com que seus alunos as compreendam
3 - Determine uma sanção para a quebra das mesmas
4 - Determine uma recompensa para seu cumprimento
5 - Peça apoio de seus colegas de equipe
6 - Estabeleça estratégias em conjunto com a equipe; os alunos precisam perceber a hegemonia das atitudes
7 - Respeite seus alunos
8 - Ouça-os
9 - Responda ao que lhe for perguntado com educação e paciência
10 - Elogie boas condutas
11 - Seja claro e objetivo em suas intervenções
12 - Deixe claro que o que é errado é o comportamento, não o aluno
13 - Seja coerente em suas expectativas
14 - Reconheça os sentimentos de seus alunos e respeite-os
15 - Não lhes diga o que fazer; permita que cheguem às suas próprias conclusões
16 - Não descarregue a sua metralhadora de mágoas em cima deles
17 - Encoraje sempre
18 - Acredite no potencial de cada um e no seu
19 - Trabalhe crenças negativas transformando-as em positivas
20 - Seja afetuoso(a)

Fonte: Manual do Professor. Revista Profissão Mestre, n108 set. 2008. p.38

Sites



Site com sugestão de aulas e outros materiais, é necessário fazer o cadastro, entretanto é rápido!
                     
Site com projetos por disciplina!

LANÇAMENTO FUNDAÇÃO EDITORA DA UNESP / SELO CULTURA ACADÊMICA


Livros da Coleção de Publicações Digitais da PROPG  podem ser baixados
gratuitamente na Web através do site www.culturaacademica.com.br



PARECER DESCRITIVO


Escola Municipal de Ensino Fundamental Frederico Ritter
Rua das Camélias 250 – Loteamento Eucalipto
Três Coroas / RS - 95660 000
Fone/Fax: 3546 3334




NOME DO ALUNO (a):

TURMA:                                    ANO                            ANO:    2011

PROFESSORA:

II TRIMESTRE

Ótimo
Bom
Precisa de ajuda
1. É confiante e realiza com segurança o que faz.
       X


2. Concentra-se nas tarefas propostas.
       X


3. Expressa sua opinião com segurança.
       X


4. Escreve seu nome e reconhece o dos seus colegas.
       X


5. Reconhece o alfabeto.
       X


6. Reconhece sílabas e junta para formar palavras.
       X


7. Realiza leitura.
       X


8. Compreende a leitura que faz das palavras.
       X


9. Compreende a leitura que faz de frases.
       X


10. Cria frases e as escreve.
       X


11. Reconhece regras de jogos para leitura, escrita e matemática.
       X


12. É criativo nas atividades com sucata.
       X


13. Realiza com capricho atividades de pintura, recorte e colagem.
       X


14. Reconhece números e quantifica-os.
       X


15. Resolve cálculos de adição com material concreto.
       X


16. Resolve cálculos de subtração com material concreto.
       X


17. Tem bons hábitos de higiene pessoal.
       X


18. Tem seu material escolar organizado.
       X


19. Tem cuidado e capricho com seu caderno.
       X


20. Sua letra é legível.
       X


21. Convive harmoniosamente em grupo respeitando seus colegas.
       X


22. Realiza atividades que envolvam coordenação motora, noção espacial e lateralidade.
       X


23. Resolve as atividades propostas de forma organizada.
       X


 
PARECER DESCRITIVO